Aqui a matéria antiga do Balanço Geral (noticiário "mundo cão" da Record de Brasília) sobre a nossa intervenção "Ponte Bezerra da Silva", realizada em Brasília: http://r7.com/Pj1z Ainda não tínhamos publicado aqui. Vale pela trilha sonora. Aparecemos no noticiário policial, mas pelo menos fomos chamados de "grupo de artistas", não de corja de meliantes, bando de vagabundos ou quadrilha de badernistas.
É interessante nesta intervenção, que foi a que tivemos maior repercussão na mídia, que ela tenha sido também uma das que mais rapidamente foi retirada, durando apenas dois dias. Justo esta que foi pensada para passar despercebida à primeira vista. Por isso visitamos o local previamente, medimos a placa e as letras, pesquisamos fontes e materiais que não destoassem ou estragassem a placa. Terminamos usando apenas material escolar: cartolina verde, cartolina branca, cola branca, papel contact e fita dupla-face.
Algumas outras questões também interessantes nos surgiram depois, como a interação atual entre arte urbana e cultura digital, por exemplo, que permite a reprodução instantânea e potencialmente mundial de obras cada vez mais efêmeras. Os veículos de comunicação nos procuraram por conta do grande número de compartilhamentos da foto da intervenção no facebook. Uma decorrência disto é refletir em que medida o registro se torna a obra, já que as autoridades rapidamente retiraram a intervenção, e a maior parte das pessoas não chegou a vê-la ao vivo.
A primeira notícia, que pra quem não viu foi esta: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2012/07/grupo-rebatiza-ponte-em-brasilia-com-homenagem-bezerra-da-silva.html Mais de um mês depois de ser retirada, a intervenção teve outra repercussão inesperada, e outra interface da arte de rua, agora com a política institucional. Uma deputada distrital apresentou projeto de lei (PL 1076/2012) propondo a mudança oficial da placa, com o novo nome escolhido por plebiscito popular.
Esta é a notícia do Projeto de Lei: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2012/08/28/interna_cidadesdf,319404/novo-nome-para-a-ponte-costa-e-silva-sera-escolhido-pela-populacao.shtml E abaixo outra matéria do Correio.
Como diz Renato Franco em seu livro "Itinerário político do romance pós-64": "A memória social não pode jamais deixar de reconhecer as catástrofes políticas, os assassinatos coletivos, o massacre dos humilhados e ofendidos, a barbárie, a tortura sórdida contra vítimas indefesas: ela é o único instrumento para sabermos do que nossos antepassados foram capazes".
Mais importante, ao nosso ver, que mudar o nome da placa, é suscitar a reflexão.
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